Apresentação

Trata-se de um Programa de Pós Graduação em Informática em Saúde – Mestrado Profissional- da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)  criado em 2016 com a seguinte importância no contexto da Saúde:

Visão conceitual: 

No Programa de Pós-Graduação em Informática em Saúde da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), reconhecemos a importância central das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) na transformação e aprimoramento dos sistemas de saúde. Baseados nas definições da Organização Mundial da Saúde (OMS), utilizamos os termos TIC e eSaúde como sinônimos, visto que a eSaúde é definida como o uso das TIC na área da saúde.

Em seu sentido mais amplo, a eSaúde — ou saúde digital — está focada na melhoria do fluxo de informações por meio eletrônico, visando apoiar a prestação de serviços de saúde e a gestão eficiente dos sistemas de saúde. As TIC proporcionam benefícios significativos não apenas para alcançar melhores resultados em saúde, mas também para demonstrar de forma transparente o que foi alcançado e qual o custo envolvido nesses processos (WHO, 2010a; 2012).

A saúde digital engloba uma variedade de áreas e tecnologias que estão revolucionando a forma como a saúde é praticada e administrada. Entre elas destacam-se:

  • Telemedicina e Telessaúde: Facilitam o acesso a cuidados de saúde em áreas remotas ou com recursos limitados, permitindo consultas e diagnósticos à distância, o que reduz barreiras geográficas e aumenta a inclusão.
  • Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP): Otimiza o armazenamento e o acesso às informações de saúde dos pacientes, promovendo uma assistência mais integrada e personalizada, além de reduzir erros médicos.
  • Aplicativos Móveis de Saúde (mHealth): Permitem que indivíduos monitorem sua saúde em tempo real, incentivando a prevenção e o autocuidado, e facilitando a comunicação entre pacientes e profissionais de saúde.
  • Big Data e Análise de Dados em Saúde: A coleta e análise de grandes volumes de dados possibilitam insights profundos sobre tendências de saúde, auxiliando na tomada de decisões estratégicas e na formulação de políticas públicas eficazes.
  • Inteligência Artificial e Aprendizado de Máquina: Estas tecnologias estão sendo aplicadas em diagnósticos mais precisos, predição de surtos epidemiológicos e na personalização de tratamentos, aumentando a eficiência e eficácia dos serviços de saúde.

No contexto do nosso programa, enfatizamos a formação interdisciplinar que integra conhecimentos de saúde e tecnologia da informação. Nossos alunos são capacitados para desenvolver soluções inovadoras que atendam às necessidades atuais e futuras do sistema de saúde, promovendo a transformação digital na saúde.

Acreditamos que a saúde digital é uma ferramenta poderosa para:

  • Melhorar a Qualidade do Atendimento: Proporcionando cuidados mais seguros, eficientes e centrados no paciente.
  • Aumentar a Eficiência Operacional: Otimizando processos e recursos, reduzindo custos e desperdícios.
  • Promover a Sustentabilidade dos Sistemas de Saúde: Facilitando a gestão e a tomada de decisões baseadas em evidências.
  • Ampliar o Acesso aos Serviços de Saúde: Quebrando barreiras geográficas e socioeconômicas, garantindo que mais pessoas recebam os cuidados de que precisam.

O Programa de Pós-Graduação em Informática em Saúde da UFSC está comprometido em formar profissionais altamente qualificados para liderar essa evolução. Nossos estudantes participam ativamente de projetos de pesquisa que abordam desafios reais, contribuindo para a inovação e a melhoria contínua dos serviços de saúde em nível local, nacional e global.

Ao integrar as TIC na saúde, não estamos apenas adotando novas ferramentas tecnológicas, mas também promovendo uma mudança cultural que coloca o paciente no centro do cuidado, valoriza a informação como um recurso estratégico e fomenta a colaboração entre diferentes áreas do conhecimento.

O Contexto

  • A falta de padronização dos procedimentos de obtenção e tratamento dos dados em saúde; a heterogeneidade de sua periodicidade; a dificuldade de conectividade dos serviços de saúde à internet banda larga; a insuficiência de estratégias de financiamento no campo da informação e informática em saúde; a deficiência relativa de qualificação profissional nesse tema; e a importância de alinhamento do Brasil às ações e estratégias internacionais no campo das tecnologias da informação e comunicação em saúde, levou o Executivo Federal a formular uma política capaz de suprir estas lacunas operacionais da gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) (BRASIL, 2012).
  • A utilização de sistemas brasileiros interoperáveis e de recursos como o Registro Nacional de Saúde (RES) e o Cartão Nacional de Saúde, bem como o uso de ferramentas de comunicação como o Telessaúde, o Portal Saúde com Mais Transparência e a Sala de Apoio à Gestão Estratégica (SAGE) do Ministério da Saúde são alternativas para a elaboração e efetivação de políticas públicas condizentes com a concretização dos princípios constitucionais e legais em saúde. (BRASIL, 2012).
  • Vislumbra-se no cenário nacional que os Sistemas e Serviços de eSaúde trabalharão de maneira independente e descentralizada, porém articulada, coordenada e integrada. Em outras palavras, no cenário estratégico os Serviços e Sistemas de e-Saúde interoperam entre si e com sistemas externos, mesmo que utilizem tecnologias diferentes eestejam em esferas distintas de governo, ou no setor privado. (BRASIL, 2012).
  • A Política Nacional de Informações e Informática em Saúde (2012) destaca que as informações em saúde são insumos para usuários e profissionais do SUS, bem como também servem para subsidiar processos de gestão, vigilância e da atenção à saúde. (BRASIL, 2012). Em relação aos usuários, os sistemas de informação em saúde buscam contribuir para que o poder público e os gestores impulsionem a disponibilidade de acesso à informação aos usuários de forma eficiente e adequada. Deste modo, os recursos de informática devem facilitar o acesso aos serviços de saúde, agilizando e humanizando o agendamento e o acolhimento das demandas de saúde e promovendo a utilização de informações em saúde por iniciativa do usuário, superando-se, assim, o tradicional uso da informação apenas para finalidades administrativas (BRASIL, 2012).

Aos profissionais de saúde, a informática em saúde visa apoiar a prática profissional, facilitando e organizando os registros rotineiros, oportunizando a realização de consultas e relatórios sobre as informações produzidas, facilitando o agendamento, a referência e a contra referência de usuários que estão entre os usos potenciais mais importantes da informação e a informática em saúde. Recursos como, por exemplo, registro eletrônico de saúde, protocolos clínicos e programáticos, alertas, notificações, sistemas de apoio à decisão e consulta assistida à distância (Telessaúde) aprimoram o trabalho dos profissionais de saúde, dinamizam a gestão ao facilitar o acompanhamento financeiro e administrativo das políticas públicas em saúde, beneficiando, em consequência, o atendimento aos usuários do SUS (BRASIL, 2012).

Neste sentido, desde 2020, a e-Saúde é parte do SUS, reconhecida como instrumento de melhoria consistente dos serviços de Saúde pela disponibilização e uso de informação abrangente, precisa e segura para agilizar e melhorar a qualidade dos processos de Saúde, nas três esferas de Governo e no setor privado, beneficiando cidadãos, profissionais, gestores e organizações de saúde. (BRASIL, 2013)

Esta visão de e-Saúde para o Brasil deve permitir que o governo federal, estados, municípios, organizações públicas e privadas de saúde, desenvolvedores e fornecedores de sistemas de informação e prestadores de serviços de informática em saúde, alinhem seus esforços, de forma a aumentar a efetividade e a eficiência das iniciativas de concepção, desenvolvimento, aquisição e implantação de sistemas de informação em saúde, incluindo dispositivos, modelos e processos.

Além disso, dentre os projetos do Ministério da Saúde, o eSUS para a atenção básica é um processo de gestão da informação que apoia os profissionais e gestores nas atividades de identificação, aquisição, organização e armazenamento, formar produtos e serviços, distribuição e uso adequado da informações, independentemente do formato ou meio em que se encontra (seja em documentos físicos ou digitais). Seu objetivo é fazer com que as informações cheguem às pessoas que necessitam delas para tomar decisões no momento certo (VALENTIM, 2010).

A nova Política Nacional da Atenção Básica (PNAB), instituída, em outubro de 2011, com a publicação da Portaria Nº 2.488, de 21 de outubro de 2011, influenciará a gestão da informação na AB, seja melhorando as condições de infraestrutura e processo de trabalho, seja demandando ferramentas e sistemas de informação. As mudanças que ocorrerão na gestão da informação da ABS, advindas da implementação da PNAB nos municípios, precisam ser entendidas e geridas, de forma a criar condições plenas para a evolução da atenção básica. (BRASIL, 2013)

O Curso que ora se apresenta é um novo Programa que tem adesão aos princípios da Política Nacional de Informações e Informática em Saúde, a Política Nacional da Atenção Básica (PNAB) e amparada em um processo decisório coerente com as reais necessidades da população. Os professores que integram a proposta possuem formação específica e uma história reconhecida nesta área no desenvolvimento de produtos, processos e métodos envolvendo as TIC (Tecnologias de Informação e Comunicação) em saúde.

Ainda, se reveste de grande importância, pois está comprometido com a formação dos profissionais e gestores de saúde de modo que possam compreender as TIC, entender os componentes necessários para o seu uso efetivo, conhecer os benefícios que a eSaúde pode trazer para a segurança do paciente e a prática profissional, com espaço para que os profissionais da saúde sejam participantes da implantação da eSaúde no Brasil. Que possam desenvolver projetos e produtos, bem como ter iniciativas que se alinhem com os objetivos estratégicos da eSaúde, reduzindo a fragmentação e melhorando a integração dos serviços de saúde.